18 de novembro de 2017

Louis Meintjes com a Volta ao Algarve na agenda

Meintjes regressa à equipa onde começou a carreira como profissional
e quer lutar por pódios nas grandes voltas
(Fotografia: Stiehl Photography/MTN-Qhubeka/Dimension Data)
É altura dos primeiros estágios e da preparação do calendário para 2018, enquanto os fãs (des)esperam pelo início de temporada. A Volta ao Algarve está novamente nos planos de algumas das melhores equipas do mundo, como parece ser o caso da Dimension Data. Pelo segundo ano a Algarvia tem a classificação 2.HC, apenas atrás das provas World Tour. Há um ano, Mark Cavendish foi uma das estrelas presentes, mas a equipa sul-africana poderá surgir com o seu reforço de luxo, Louis Meintjes, ciclista para a classificação geral.

O sul-africano revelou que poderá arrancar a sua temporada na Volta ao Algarve (de 14 a 18 de Fevereiro) - a confirmar-se será a primeira vez -, num ano em que não só muda de equipa, como irá também mexer nas suas apostas, tendo prevista a estreia no Giro. Quando se fala em mudança de equipa, fala-se de um regresso às origens. Meintjes apareceu muito novo na então MTN-Qhubeka, estrutura que queria abrir as portas do ciclismo ao atletas africanos. E assim o tem feito. Além de Meintjes, os eritreus Natnael Berhane e Merhawi Kudus, por exemplo, são ciclistas que já conquistaram o seu espaço no pelotão internacional. Meintjes foi um dos que colocou o mundo do ciclismo a olhar da MTN-Qhubeka, naquela altura uma formação Profissional Continental.

Nas últimas duas temporada, Meintjes foi colega de Rui Costa na Lampre-Merida e agora UAE Team Emirates. Consolidou-se como um jovem promissor e terminar no top dez na Volta a França e Espanha já é algo natural, ainda que este ano tenho acabado por ficar em 12º na Vuelta. Aos 25 anos, Meintjes sentiu que era altura de regressar onde tudo começou e abraçar um plano de três épocas para chegar ao pódio de uma grande volta, na sua perspectiva. A ideia do director da Dimension Data é mais ambiciosa... "Os últimos dois anos foram uma boa experiência. Aprendi muito. Agora é bom estar de volta onde é familiar e onde tudo é confortável", salientou o sul-africano na Cidade do Cabo, local do primeiro estágio a pensar em 2018.

Depois da Volta ao Algarve, Meintjes poderá ir ao Tirreno-Adriatico, Volta à Catalunha, Volta aos Alpes e talvez faça o monumento das Ardenas, Liège-Bastogne-Liège, antes de a 5 de Maio se apresentar em Jerusalém, para o arranque do Giro. "O plano é tentar um pódio até 2020, mas penso que no próximo ano vamos ter ter uma abordagem um pouco diferente e usar o Giro como um teste, uma aprendizagem e tentar ganhar mais experiência e confiança", explicou Meintjes, acrescentado que a participação na Volta a Itália o tornará um ciclista mais completo.

Tal como Rui Costa, Louis Meintjes também sofreu nos últimos dois anos com a falta de ajuda de companheiros nos principais momentos do Tour e da Vuelta. No entanto, o sul-africano conseguiu estar com os melhores em várias etapas. Em França faltou-lhe a camisola branca da juventude, que não lhe ficará mal, mas que os irmãos Yates garantiram nas últimas duas edições.

Excelente trepador, mas a precisar de melhorar um pouco mais as qualidades de contra-relogista, Meintjes poderá encontrar na Dimension Data um maior apoio. É certo que Mark Cavendish irá continuar a receber grande parte da atenção da equipa, que espera que o sprinter esteja completamente recuperado da mononucleose que o limitou em 2017. Edvald Boasson Hagen e Stephen Cummings terão alguma liberdade, mas Igor Anton, o reforço Tom-Jelte Slagter (Cannondale-Drapac), Lachlan Morton, Benjamin e o contingente africano poderão ter um papel importante na ajuda a Meintjes, uma clara aposta para o futuro próximo num tipo de vitórias bem diferentes das de Cavendish. Significará também uma alteração nas prioridades da Dimension Data? Começa a parecer que sim.

Quanto ao desejo de Doug Ryder, director da Dimension Data, lutar "só" pelo pódio numa grande volta saberá a pouco. "O Louis tem uma excelente oportunidade para apontar a lugares mais altos nos próximos anos. Obviamente o objectivo é chegar à camisola amarela na Volta a França em 2020", salientou. No entanto, até lá, um lugar no pódio será o alvo.


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