26 de abril de 2017

José Mendes líder da Bora-Hansgrohe na Volta a Itália

(Fotografia: Stiehl Photography)
Será um grande momento na carreira de José Mendes. A camisola de campeão nacional estará não só na 100ª edição do Giro, como estará no corpo do líder de uma equipa do World Tour. José Mendes tinha como ambição para este ano estar na Volta a Itália, a grande volta que lhe faltava. Tudo indicava que seria o braço direito de Leopold König, mas uma lesão no joelho obrigou o checo a mudar os planos e a Bora-Hansgrohe recorreu ao ciclista português, que assim tem uma nova excelente oportunidade, depois de ter sido o líder da então Bora-Argon18 na Volta a Espanha.

Os nove ciclistas que a Bora-Hansgrohe vai apostar no Giro100 foram hoje confirmados. Quando José Mendes foi o escolhido na Vuelta foi um prémio mais do que merecido para um ciclista que desde 2013 tem sido fundamental na evolução da equipa. Com os planos para subir de categoria, a estrutura manteve o contrato com o português que voltaria a ter um papel mais de apoio, depois do destaque na Vuelta. Nessa corrida ainda se chegou a ver o campeão nacional mostrar-se, mas infelizmente um problema no joelho perturbou a sua condição física.

Esta escolha da Bora-Hansgrohe denota a confiança que os directores desportivos mantêm em José Mendes. É certo que König foi contratado - um regresso à equipa depois de uma passagem apagada na Sky - para o Giro e provavelmente para a Vuelta, com Rafal Majka a ser aposta para o Tour e Vuelta. Sem König a confiança recai num homem da casa e é a oportunidade de uma carreira para José Mendes. A Bora-Hansgrohe faz o primeiro ano como formação do World Tour e na primeira grande volta, é o campeão nacional que irá liderar no ataque à geral.

José Mendes aspirava estar no Giro para dizer que esteve nas três grandes voltas. O sonho concretizou-se com um grande bónus. Pode agora dizer que esteve nas três grandes voltas, duas delas como líder.

O que podemos esperar de José Mendes?

O campeão nacional é um bom trepador. Na Volta a Espanha de 2016 não se deixou intimidar por aquelas rampas que se tornaram imagem de marca da corrida e chegou a ver-se que tinha capacidade para ir ao ritmo dos melhores em certas etapas. Porém, a lesão no joelho limitou-o e foi difícil manter a regularidade obrigatória para conseguir um resultado de relevo, como um top 20, por exemplo. Terminou na 54ª posição, a mais de duas horas de Nairo Quintana, mas não houve nada a apontar. Não desistiu, lutou com as armas que teve e como o joelho deixou.

Aos 32 anos está numa edição sempre especial de uma corrida de tanta importância como é o Giro. Resta-nos esperar que José Mendes possa estar a um grande nível e retribuir a confiança que a Bora-Hansgrohe depositou nele.

(Imagem: Bora-Hansgrohe)

A seu lado estará Jan Bárta, ciclista checo da mesma idade, que está na estrutura desde 2010 e que poderá ser também uma possibilidade para lutar por um bom lugar na geral. Com Mendes e Bárta, um dos planos da equipa poderá mesmo por tentar que um deles possa lutar por uma etapa, podendo ficar outro mais resguardado para a geral. Há que não esquecer que os pontos na classificação geral de uma grande volta são importantes para o ranking UCI.

Sam Bennett e um Matteo Pelucchi estarão com o objectivo de conquistar etapas aos sprint. Cesare Benedetti, Patrick Konrad, Gregor Muhlberger, Lukas Postlberger e Rudi Selig serão os homens de trabalho.

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